terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Morreu Amaral Gurgel, o nosso Tucker.

O nosso X-15, guerreiro de tantas viagens com a Mariana.

O X-12 fechadinho com a Cristina.

E o nosso primeiro Gurgel X-12. Sem capota e com o vidro abaixado era uma delícia!!!

João Augusto Conrado do Amaral Gurgel (Franca, 1926 — São Paulo, 30 de janeiro de 2009) foi um engenheiro e ex-industrial brasileiro do ramo automobilístico. Ele montou em 1969 a fábrica Gurgel, com a proposta de produzir veículos 100% nacionais.


Sonhando com o carro nacional

Desde sua juventude, sonhava em fazer um carro brasileiro, tanto que em sua formatura da Escola Politécnica de São Paulo, apresentou um pequeno veículo de dois cilindros, batizado Tião. Como projeto pedido foi um guindaste, quase é reprovado. Ouviu então de seu professor: "Carro não se fabrica, Gurgel, se compra ".
Pós-graduado nos Estados Unidos, trabalhou na Buick Motor Corporation e na General Motors Truck and Coach Corporation.

Seus carros estão entre os precursores no uso de materiais leves, como a fibra de vidro e o plástico, e até da eletricidade.
Um desses, o pequeno BR-800, com metade da potência de um motor VW boxer de 1.600 cc, pode ser considerado um dos primeiros carros de baixa cilindrada do país.
E outro modelo, o Chef, antecipou a moderna tendência dos supercompactos urbanos, como o Smart ForTwo. A Gurgel vendeu mais de 40 mil automóveis.
Ainda hoje seus carros podem ser vistos pelas ruas das grandes cidades brasileiras.
Na minha modesta opinião, os carros de Gurgel só não foram mais bem sucedidos por conta de três fatores: 1)acabamento ruim; 2)design pobre; e 3)preço alto.
Contudo, alguns modelos, como o BR-800 e o Chef, poderão se tornar em pouco tempo cobiçadas peças de coleção - pelo valor histórico.

O empresário

Em 1958, criou a Moplast Moldagem de Plásticos e começou a desenvolver projetos próprios, tornando-se fornecedor de luminosos para diversas empresas brasileiras. Com o sonho em mente, fundou em 1969 na cidade de Rio Claro a Gurgel Motores S/A: a indústria mais brasileira de todos os tempos.
Sua carreira foi marcada pela busca do desenvolvimento de tecnologias automotivas nacionais, utilizando capital igualmente nacional.
Característica marcante nos veículos fabricados por sua empresa eram as suas carrocerias de fibra de vidro.
A partir de 1972 passou a dedicar-se à produção de veículos especiais. Após 1975 começaram a ser produzidos os primeiros veículos utilitários tipo fora de estrada da marca Gurgel, marca que em 1981 lançou o primeiro veículo elétrico da América Latina, o Itaipu E-500. Idealizador do primeiro e até hoje, único carro genuinamente brasileiro: o BR-800.

Polêmicas e o fim do sonho

Era contrário ao uso do álcool de cana-de-açúcar como combustível. Ainda assim, produziu alguns (poucos) carros com motor a álcool. Na grande maioria os veículos da sua marca eram movidos a gasolina. Segundo ele a terra deve produzir alimentos e não combustíveis. Infelizmente, a Gurgel acabou fechando as portas no final de 1994, por questões financeiras e derrotada pelas grandes multinacionais, como o Tucker.
Em abril de 2004, o empresário Paulo Emílio Freire Lemos adquiriu a marca Gurgel. O registro desta encontrava-se expirado no INPI desde 2003. Para tornar-se seu proprietário desembolsou o valor de R$ 850,00. A família Gurgel não foi consultada e por isso decidiu mover uma ação judicial contra o empresário.
Sofrendo do mal de Alzheimer havia oito anos, João Gurgel morreu no dia 30 de janeiro de 2009, aos 82 anos, no Hospital São Luís, na Zona Sul de São Paulo.

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