quarta-feira, 18 de março de 2009

Agroglifos. Humanos ou alienígenas?







No final de 2008, a cidade de Ipuaçu, localizada a 511 quilômetros de Florianópolis (SC), foi o centro das atenções de ufólogos e curiosos. Tudo porque duas propriedades daquela cidade amanheceram com estranhas marcas em suas plantações. Mas que fenômeno é esse, batizado de agroglifos?

Também conhecido por círculos nas plantações (crop circles) ou círculos ingleses, são desenhos, quase sempre em padrões geométricos, que aparecem em plantações de cereais em todo o mundo desde meados da década de 70. O primeiro caso registrado foi na Inglaterra, entre 1647 e 1678 – a data é incerta entre os pesquisadores. É também em solo inglês onde está a maioria dos casos registrados no mundo. No entanto, o fenômeno já foi observado em países como Estados Unidos, França, Japão, Canadá, Holanda, Hungria, Rússia, Brasil, entre outros.
No início, os desenhos apareciam exclusivamente em plantações, mas estudiosos já encontraram os mesmos sinais em superfícies como neve, areia e lagos congelados. A maior discussão em torno do assunto diz respeito à veracidade desses desenhos. Os céticos acreditam que tais marcas são produzidas pelo homem, enquanto muitos ufólogos dizem que algumas são, sim, produzidas, mas outras aparecem realmente sem que se saiba de onde e como foram feitas. Segundo a ufóloga inglesa Nancy Talbott, uma das maiores pesquisadoras do fenômeno em todo o mundo e presidente do BLT Research Team, há como saber se as marcas nos campos foram feitas pelo homem ou não. “Nos locais onde foram encontrados 'crop circles' notamos presença de quantidades anormais de radiação eletromagnética; hastes de plantas dobradas e não quebradas; alterações biofísicas nas plantas; e campos magnéticos fortes”. Neste último caso, relatos afirmam que aparelhos elétricos e magnéticos, como câmeras, bússolas e celulares, não funcionam no interior dos círculos. Por mais que se fale em agroglifos, esse é um tema ainda muito desconhecido também para os pesquisadores. “A primeira razão para se estudar os “crop circles” é justamente porque ninguém sabe, de fato, o que causa esse fenômeno. Nosso grupo tenta obter tantas informações quanto possível sobre as energias envolvidas, estudando as plantas e os solos do interior desses círculos. Dessa forma, comparamos com o plantio que não foi atingido”, comenta Nancy.

Origem dos agroglifos

Ao longo dos anos, algumas teorias sobre o surgimento dos “crop circles” foram desenvolvidas. Além da ideia de que extraterrestres ou “inteligências superiores” estão tentando comunicar algo, a possibilidade defendida por Nancy é a de “vórtices de vento” ou “energias de plasma”, sendo assim um fenômeno meramente meteorológico.
É como se fossem “bolas de luz” em colisão com o planeta. No entanto, não se sabe de onde essas “bolas de luz” vêm e nem como se formam. “Achamos que é possível haver um sistema energético de plasma desconhecido dos pesquisadores. O encontro de uma descarga elétrica muito alta com uma descarga elétrica muito baixa. Essas duas energias, em contato com a superfície da Terra, poderiam criar essas marcas”, explica a presidente do BLT Research Team. Há também os que acreditam que os círculos são criados espontaneamente por uma espécie de força geo-magnética. No entanto, Nancy não descarta a possibilidade dos agroglifos serem feitos por outras formas de vida. “Não sabemos nada sobre extraterrestres.
Não temos como saber se eles estão ou não envolvidos. Se eles existem, se estão presentes na Terra, quem pode saber o que seriam capazes de fazer?
Eu acredito que as energias naturais terrestres poderiam ser manipuladas por alguma outra forma de vida, mas, como disse, não há informações científicas disponíveis que comprovem isso”.
E completa: “Há muitos relatórios que associam o surgimento de fenômenos incomuns com discos voadores, inclusive os 'crop circles'.
Penso que muitos são verdadeiros, inclusive um que fala sobre uns tubos de luz brilhante que ocasionou em uma formação de desenhos na Holanda, em 2001. Mas se existe uma relação direta entre discos voadores, extraterrestres e os círculos é, neste momento, desconhecido”.

Céticos

Para os céticos, o fenômeno é bastante simples de entender: todas as marcas foram feitas pelo homem, não há relações com “energias de plasma”, forças geo-magnéticas e muito menos com extraterrestres. Um acontecimento que auxiliou a fortalecer a teoria daqueles que não acreditam no mistério dos círculos nas plantações data de 1991, quando dois aposentados ingleses, Doug Bower and Dave Chorley, confirmaram a produção de mais de 250 “crop circles” desde 1978. No entanto, os cerealogistas (investigadores dos círculos) não ficaram satisfeitos com a declaração e afirmaram que seria impossível dois senhores de idade fazerem círculos de tamanha engenhosidade, enganando, assim, todos os investigadores por mais de uma década.
Os pesquisadores colocaram o fato como uma armação dos governos americano e alemão, juntamente com o Vaticano, para desestimular a busca pela verdade e desmoralizar os pesquisadores. Para os integrantes do “The Circlemakers”, grupo que produz círculos ingleses, as marcas nos solos nada mais é que um fenômeno cultural, não tendo nada de místico.
Em seu site (www.circlemakers.org), eles mostram técnicas e dão dicas de materiais utilizados para a construção dos círculos. Trazem explicações de como é a brisa batendo nas fitas usadas para marcação que gera os sons estranhos relacionados ao fenômeno, além de ensinar a escolha do melhor local, onde estacionar o carro durante a noite e, principalmente, como enganar os cerealogistas fazendo o círculo parecer "genuíno". “Particularmente, não acredito que estes círculos são feitos por extraterrestres, mas respeito muito a opinião da ufóloga inglesa Nancy Talbott. Ela foi uma das poucas pessoas no mundo que fez uma pesquisa usando elementos da ciência a fim de decifrar este mistério”, diz Milton Dino Frank Junior, presidente do Centro de Ufologia Brasileiro (CUB).

No Brasil


Segundo informações do CUB, já foram encontrados vários agroglifos, inclusive alguns bem antigos, no Acre, em plena floresta. “Mas entendo que um caso de agroglifo ou 'crop circles' no Brasil, para que a gente possa estabelecer um parâmetro de comparação com o fato oriundo da Inglaterra, teria que ser agroglifo em plantio de trigo, ou cereais”, diz Milton. Sendo assim, o primeiro caso registrado no país foi justamente no dia 10 de novembro de 2008, na cidade catarinense de Ipuaçu. “Depois que apareceram os círculos de Ipuaçu o fenômeno virou uma febre no Brasil e vários outros círculos semelhantes surgiram não só em Santa Catarina, como também no Rio Grande do Sul, em plantios de trigo”, disse Milton.

Um comentário:

ANALUKAMINSKI PINTURAS disse...

Interessante. Seria proveitoso, também, inserir junto às imagens postadas as fontes de onde foram tiradas, com indicações sobre os locais e datas de aparições...