quarta-feira, 3 de junho de 2009

Smera, o elétrico de dois lugares que inclina nas curvas.


Carrinho da Lumineo tem jeitão de moto e preços entre R$ 60 mil e R$ 75 mil.

Para circular nas cidades, a maioria dos automóveis não precisa ter mais do que dois lugares. Isso abriria um mercado potencial, em especial na Europa, onde as cidades são antigas, e o poder aquisitivo, alto.
A primeira iniciativa nesse sentido nasceu de uma joint venture entre a fábrica de relógios Swatch e a alemã Daimler para fabricar o smart (só em minúsculas), um citadino de dois lugares.

A Swatch logo se retirou da sociedade – queria um motor elétrico –, mas a comercialização iniciou em 1998 com um motor a combustão de três cilindros, inclusive versão a turbocompressor.
O Smart tem soluções técnicas interessantes. No entanto, quase saiu de linha por ser caro e sofrer com a estratégia de vendas inadequada.

Hoje vários pequenos fabricantes desenvolvem esses citadinos elétricos. Um dos mais criativos é a francesa Lumineo. No Salão de Paris, em outubro passado, a empresa lançou o Smera elétrico. Pretende vender 275 unidades, em 2009 e 450, em 2010. O preço, mesmo com subsídios do governo, é bem salgado: de R$ 60 mil a R$ 75 mil.
Destaca-se a distribuição interna de motorista e passageiro.
Ao contrário do smart, onde se sentam lado a lado, o Smera prevê o passageiro atrás do motorista. O comprimento de 2,45 metros equivale à primeira versão do smart (o carrinho alemão cresceu depois para 2,7 m). A vantagem está na largura de apenas 0,82 m.
O mais genial é o fato de a carroceria se inclinar na curvas, como as motocicletas.
O motorista não precisa fazer nada. Um sistema eletrônico se encarrega de gerenciar tudo a partir de sinais fornecidos por uma central inercial integrada.

Seguindo os parâmetros dinâmicos do veículo, a trajetória em curvas, o modo de dirigir e o estado da pavimentação, é determinada instantaneamente a atitude ideal. Um servomotor pilotado pelo computador central realiza de forma automática a função de inclinar a cabine e as quatro rodas.
Responsáveis pela propulsão, dois motores elétricos somam 40 cv (cavalos) e nada menos que 100 kgfm de torque (força)! A transmissão é direta para cada eixo por meio de correia, sem caixa de câmbio. Outra central eletrônica, com a mesma confiabilidade já comprovada em aviões, controla a cada milissegundo o regime de trabalho e o torque entregue às rodas.
Os motores elétricos, projetados especialmente para a Lumineo, pesam 25 kg cada.
Com baixo atrito e pouca manutenção, têm durabilidade de 200 mil km. Autonomia é de até 150 km entre recargas da bateria de íon de lítio em uma tomada.

A velocidade máxima de 130 km/h dá para não fazer feio na estrada. Por outro lado, a aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 8 segundos permite grande agilidade em zonas urbanas e capacidade de desviar com segurança e rapidez das longas filas e congestionamentos.
Isso também pelo baixo peso: apenas 350 kg, incluindo bateria (80 kg).

A fabricante francesa afirma o grande benefício do custo de R$ 0,20/100 km. Ao longo de 100 mil km, a economia pode chegar a quase R$ 20 mil, em comparação a um carro subcompacto convencional, que atinja a média de 20 km/l.

Em todos esses cálculos, a premissa é o preço baixo da eletricidade. Mas ninguém assegura continuar assim, se a frota de elétricos crescer de forma acelerada.

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